No Brasil, todos conhecem a "Igreja Universal do Reino de Deus" e o seu poderio. Mas enganam-se aqueles que pensam que a IURD só é forte aqui. Hoje ela expandiu-se para diversos países e só para se ter uma idéia, o seu número de filiais estrangeiras hoje já é maior do que as da famosa rede multinacional "MacDonald's".
E também nesses outros países, a IURD tenta aplicar as mesmas técnicas de picaretagens que a tornou famosa e forte no Brasil. Às vezes dá certo, outras vezes não, mas no balanço geral, até que o saldo tem sido positivo, a favor dessa inusitada igreja.
Por aqui, eles costumam dizer que o seu reconhecimento internacional é maior ainda do que no Brasil, onde enfrentam algumas críticas por conta da arqui-inimiga TV Globo. Será? Vamos a um exemplo vindo de Portugal, do site católico Paróquias de Portugal, que publicou, em agosto de 2002, a matéria que se segue, quando a IURD, embora sofrendo vários processos, ainda se mantinha incólume, sem nenhma condenação definitiva (hoje, já são vários os processos em que foi condenada, a despeito de ter aumentado, em muito, o seu patrimônio) :
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Notícias
Uma fortuna no valor de mil milhões de euros
2002-08-10 22:29:23
Não há condenações definitivas, mas a Igreja Universal e o bispo Edir Macedo e a Igreja Universal são alvo de várias acusações. No entanto, não há um único tribunal no mundo que tenha já declarado uma "condenação". O património imobiliário e na área dos media tem sido o alvo das autoridades, pois não há grupo da comunicação social que a IURD não tenha tentado comprar. Em Portugal, a Lusomundo foi a escolhida, não conseguiu, mas adquiriu o cinema Império e várias rádios.
No Brasil Macedo foi comprando, comprando, através do seu sobrinho, o bispo Crivella, que negociou a compra de um grupo de jornais diários num valor, num valor aproximado de 50 milhões de dólares. Uma briga entre os herdeiros deste grupo foi o que aguçou o apetite da IURD para o comprar. Dele faziam parte os jornais O Estado de Minas e Correio Braziliense, ambos líderes em circulação em Belo Horizonte e Brasília, além do Jornal do Comércio do Rio de Janeiro.
Durante a operação, a IURD foi avisando que dinheiro não era problema. "O negócio será fechado sem a particpação de bancos, será em cash", explicou uma fonte da igreja à comunicação social. O bispo-sobrinho Crivella tem um avião particular de 18 lugares, onde viaja sempre.
A IURD e as empresas do bispo formam hoje um grupo com valor acima de mil milhões de euros, segundo a imprensa brasileira. Para muitos, esse valor é modesto, diante do potencial real. A igreja é, sem dúvida, a fonte de receita, mas os investimentos feitos são muitos. O principal é a rede de televisão Record, a terceira maior em audiência, logo após a Globo e a SBT.
A Record é um investimento e dá poder ao Bispo Macedo, já que são muitos os políticos a querer aparecer. Além da Record, Macedo controla a rede Mulher - que apesar do nome dedica-se ao público em geral, por TV por assinatura - e a Rede Família de Televisão, que concorre com a Rede Vida, da Igreja Católica.
O bispo da IURD é ainda dono da Rede Aleluia de Rádio, mais conhecida como Rádiocomunicação para a Evangelização do Povo de Deus. Dados recentes mostram que, entre os evangélicos 31% são da Assembleia de Deus e apenas 16% da IURD, mas ninguém duvida da maior expansão empresarial desta última.
Na TV Record, a IURD usa uma tática inteligente: a programação é normal durante o dia, apresenta shows, programas de auditório e tudo mais. Pela madrugada é que começam a ser veículadas mensagens religiosas.
Na Internet, a IURD conta com o portal Arca do Universo. Macedo apostou na Gráfica Universal, que edita o jornal semanal Folha Universal, com tiragens que chegam a superar os 1,4 milhões de exemplares no Brasil e com versão simplificada para Portugal e comunidades africanas de idioma português. Nem os japoneses ficaram de fora. Para eles, Macedo edita o Universal Shinbun, do mesmo modo que El Universal, em Buenos Aires, serve os argentinos. As revistas Plenitude e Obreiro da Fé somam 550 mil exemplares semanais.
A compra da TV Record, em 1992, foi o grande passo empresarial de Macedo e da sua igreja, mas também lhes trouxe grandes agruras. Ele foi formalmente acusado pela alfândega e pela Polícia Federal de contrabando na importação de equipamentos e de uso de terceiros - conhecidos como "laranjas" - para aparecerem como donos da emissora, quando todos sabem que ele é o proprietário real.
O Tribunal Regional Federal de São Paulo iniciou um processo contra ele em junho de 2000, por esse motivo. A imprensa noticiou que Macedo instruiu os seus deputados a votarem contra uma lei que aumentava a punição a crimes contra a previdência social, por estar ele às voltas com processos dessa área. Até ao momento, sabe-se de uma multa aplicada em 1997, por desvio de dinheiro, pela receita federal, no valor de 90 milhões de euros.
Ao comprar a TV Record, Macedo não pagou impostos, sob a alegação de que as igrejas estão isentas desse "desconforto". No entanto, a Secretaria da Receita Federal iniciou um processo contra o bispo, sob a alegação de que essa isenção só vale para actividades religiosas e não para operações comerciais, como é a compra de uma televisão.
Esta obsessão pelos media e pelo seu poder, levaram Macedo a lutar na justiça para conseguir o título de jornalista e a tornar-se num escritor de best-sellers, ao publicar 34 livros, alguns atingiram os dez milhões de exemplares.
Depois de tudo isto, só falta uma coisa: uma instituição bancária. E a IURD conseguiu: o Banco de Crédito Metropolitano, mas foram tantos os problemas com o Banco Central que desactivaram. O banco foi acusado de sonegação de imposto de renda. Apenas em 1996 sofreu 213 autuações, por irregularidades de contabilidade.
Fonte: Paróquias de Portugal (http://www.paroquias.org/noticias.php?n=2432)
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