Por incrível que pareça, sobe para oito o número de parentes do Senador José Sarney, nomeados e/ou exonerados por "atos secretos": neto, nora, sobrinhas, parentes de genro e, o último a ser descoberto, Ivan Sarney, irmão do Presidente do Senado. E Sarney continua afirmando desconhecer a maioria dos casos e atribuindo os fatos a "erros técnicos" da Diretoria Geral do Senado e da Diretoria de Recursos Humanos (como são pródigos em criar termos novos!...).
O que ele não diz, é quem assinou e quem referendou esses atos. As Diretorias atuais e passadas da Casa apenas os produziram, mas por ordem de alguém; e não foram os diretores que assinaram os atos que, antes, tiveram de ser referendados por um colegiado de senadores, entre os quais se achavam vários dos beneficiados, não só pela prática de nepotismo direto ou cruzado, mas também por aumentos de salários e concessão de vantagens criadas casuisticamente pelos próprios senadores à época em que foram editados tais atos, hoje estimados em cerca de mil. Eu disse "mil".
Diante disso, querer transferir a responsabilidade para os diretores atuais e passados da instituição é querer eximir-se da culpa; é querer arrumar bodes expiatórios (ou seria bois-de-piranha?) e é, no mínimo, um desrespeito e um insulto à nossa inteligência. Tanto é verdade, que embora tenha sido destituído de suas funções, o ex-todo poderoso Diretor-Geral Agaciel Maia, amicísssimo de Sarney, casou uma filha no último dia 10 de junho, tendo como padrinho de casamento da filha ninguém menos do que o próprio Sarney.
Ao evento estiveram também presentes os últimos ex-presidentes do Senado: Garibaldi Alves e (olha só quem!) Renan Calheeeeeeeeeeiros. São ou não são farinha do mesmo saco? Não, eles não podem desmerecer demais o seu aliado Agaciel Maia... Ele sabe de muita coisa e se sentir-se traído ou desprestigiado, poderá falar. E é tudo o que os senadores não querem.
Um alerta: "Cuidado com a Câmara dos Deputados!" Se tem no Senado, lá também tem
Agora, faço aqui o meu alertazinho particular ao Ministério Público, à Polícia Federal, às comissões encarregadas da investigação, à mídia e ao povo: não fiquem focados apenas no Senado! Seria bom que se movessem os holofotes para a Câmara dos Deputados, pois se tem essa irregularidade no Senado, é quase certo que também tenha na Câmara; senão com o mesmo nome de "ato secreto", talvez com o nome de "ato privado" ou coisa que o valha. Lembrem-se: o que dá certo numa das Casas, é copiado pela outra.
Se demorarem muito a tomar essa medida, eles ganham tempo e arrumam a Casa, nem que seja jogando a sujeira para debaixo do tapete. Depois, ficará mais difícil descobrir. Político é ágil e inteligente e adora dizer que seus atos "são transparentes". Vocês já observaram quantas vezes eles empregam a palavra "transparência"?
E o Michel Temer? Será que dá para confiar nele? Sua história política na Câmara é parecida com a do Sarney: antiguidade, prestígio, mesmo partido, reeleições à presidência, atual presidente... Sei não, sei não!
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Veja a entrevista com Agaciel Maia na Folha OnLine (http://josiasdesouza.folha.blog.uol.com.br/arch2009-06-07_2009-06-13.html)
Em tempo? E não é que apareceu? Descobriu-se que a família inteira de Sarney (filho, filha, sobrinhos, netos, genros, nora, etc) vive, há muitos anos, à custa do Governo. Praticamente tudo o que têm, inclusive as empresas de comunicação, fazendas, imóveis, etc., foram ganhos à custa do dinheiro público. E isto ainda continua, porque ninguém devolveu nada a ninguém e continuam usando o "prestígio político" do velho Sarneyzão. São praticamente os donos do Maranhão e agora começam a avançar sobre o Amapá. Eta país bão!
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