"Quem traz um macaco no ombro está com um problema. E colocar o macaco no ombro de outrem é passar o problema adiante". (Dicionário Informal)
Pois é, o macaco agora está nos ombros do Senado. Já saiu dos ombros da Câmara, que atendeu ao governo e agora tem a expectativa de que o Senado ratifique tudo o que lá foi aprovado, sem qualquer alteração. Mas será este o papel do Senado, transformado em um mero homologador do que a Câmara aprova? Evidentemente que não.
Senadores e deputados sabem que a reforma da Previdência é injusta e desnecessária, e que ela não é deficitária, tendo sido colocada nesta situação, a partir de 2016, como mero pretexto para supostamente aliviar o Caixa do Tesouro, transferindo recursos para bancos, grandes corporações e empresas de seguridade privada. Na verdade, o que o governo pretende é livrar-se da responsabilidade com a manutenção da Previdência, favorecer os empresários e deixar que os trabalhadores arquem com o próprio ônus das suas aposentadorias, sem qualquer garantia de que irão recebê-la no futuro ou, se receberem, se vão recebê-la em valores justos. Resumindo: é um governo preocupado em favorecer as elites econômicas, como se exercesse o papel de um Hobin Hood ao contrário, tirando dos pobres para dar aos ricos.
Isso tem sido conseguido, até aqui, com a manipulação da informação, com mentiras, coação econômica, terrorismo midiático (propaganda institucional e mídia de massa), desinformação e (pasmem!) compra de votos. Isso mesmo, o velho "toma lá da cá", que Bolsonaro prometeu que não iria praticar. No dia da votação do segundo turno cada deputado solicitante foi agraciado com emendas parlamentares de R$ 40 milhões, para votar a favor da reforma da Previdência. Ora, se isso não é "toma lá dá cá" é o quê?
Enquanto isso, em 22/07/2019, 15 dias antes, o governo anunciava um contingenciamento de 1,443 bilhões nos orçamentos de alguns ministérios, sendo o Ministério da Educação o segundo mais atingido, com R$ 348,5 milhões bloqueados, sem considerar que em maio já havia sido alvo de um outro contingenciamento de R$ 6 bilhões, que gerou muitos protestos de rua e greve geral nas universidades federais e escolas públicas. Ao pagar 45 milhões em emendas, para cada deputado que votasse a favor da reforma, o governo gastou o total de 4,5 bilhões, certamente com as verbas que retirou de alguns ministérios pelos contingenciamentos. Muito estranho... não tem verbas para a educação, mas paga emendas parlamentares de políticos para votar a favor da "reforma da Previdência"?!!! De notar que os deputados só adentraram ao plenário para votar, depois de ver suas emendas aprovadas e assinadas. Por isso o plenário ficou vazio pela manhã. Estavam "negociando".
E assim caminha as mazelas da política brasileira, capitaneadas por um presidente incompetente, um ministro da Economia rentista e desumano, um ministro da Justiça corrupto e um Congresso viciado. Isso sem falar num presidente do STF que "faz pacto com o Executivo e o Legislativo" (???), um Presidente da República Brasileira que faz continência para a bandeira americana, e procuradores que tentam chantagear ministros do STF e se autopromoverem e;ou evitar represálias. Nosso governo, como um todo, mais parece a casa da mãe Joana.
Sobre o papel do Senado nesta segunda fase da Reforma da Previdência, veja-se, abaixo, o excelente artigo do site oficial do Senador Paulo Paim, que transcrevemos:
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Senadores e entidades organizam luta contra reforma da PrevidênciaNotícia postada em 20.08.2019
SENADO FEDERAL
“Barrar a reforma da Previdência “será uma luta dura, mas não é uma batalha perdida”, avalia o senador Paulo Paim (PT-RS), uma referência em direitos previdenciários.
:: Cyntia Campos 20 de agosto de 2019 17:40
Foto: Alessandro Dantas
Mais de 140 representantes de entidades da sociedade civil estiveram reunidos, na tarde desta terça-feira (20), na Liderança do PT no Senado, organizando a estratégia para barrar a reforma da Previdência, que está em tramitação na Casa.
As sete centrais sindicais, sindicatos de diversas categorias do setor público e privado, organizações de mulheres, juventude e camponeses começaram a montar um calendário de mobilizações para pressionar o Senado a derrotar a PEC 06/19, que consideram a morte da seguridade social.
Além dos senadores do PT e de Bloco da Resistência Democrática (PT-PROS), participaram do encontro o líder do Bloco de Oposição (REDE, Cidadania, PDT e PSB ), senador Randolfe Rodrigues (REDE-AP) e as deputadas federais Jandira Feghali (PCdoB-RJ) e Lídice da Mata (PSB-BA), líder e vice-líder da Oposição na Câmara.
Tempo e luta
A avaliação dos senadores é que para a dura tarefa de enfrentar a reforma da Previdência na Casa, dois aliados são fundamentais: o tempo e a mobilização da sociedade. Tempo os senadores da oposição já conseguiram, ao assegurar um calendário de 65 dias para debater e votar a proposta —frustrando a tática de rolo compressor pretendida pelo governo.
“Barrar a reforma da Previdência “será uma luta dura, mas não é uma batalha perdida”, avalia o senador Paulo Paim (PT-RS), uma referência em direitos previdenciários. Para ele, o acordo fechado no Colégio de Líderes do Senado, garantindo um calendário de debates sobre a proposta, foi uma vitória importante.
Freio no governo
Na sofreguidão de aprovar a reforma, o governo Bolsonaro apostava em um calendário de 45 dias de tramitação, atropelando prazos regimentais. O PT e os demais senadores de oposição conseguiram dar um freio no açodamento.
“O Senado precisa romper com essa prática de apenas referendar o que vem da Câmara, como tem sido nos últimos tempos. Temos que discutir a proposta e modificar o que for necessário”, ponderou o líder do Bloco da Resistência Democrática, senador Paulo Rocha.
Quem conhece, combate
Além de satisfazer o apetite do mercado financeiro — ávido por vender seus planos de previdência privada — a pressa de Bolsonaro tem uma explicação: quanto mais a população conhecer a crueldade da proposta, maior será a resistência a ela.
“Muita gente que está a favor da reforma da Previdência só vai perceber como a proposta é ruim quando começar a sentir os efeitos dela”, lembra o líder do PT, senador Humberto Costa (PE). Ele reforçou junto aos representantes das entidades a necessidade de muita mobilização nos estados. “São apenas três senadores por estado, é preciso falar com cada um deles”.
Redução de danos
Para derrotar a PEC 06/2019, bastam 33 votos contrários. Um fator que anima os senadores oposicionistas foram as vitórias pontuais, mas expressivas, alcançadas na Câmara dos Deputados, onde Bolsonaro imaginava que a tramitação da reforma seria um passeio.
Naquela Casa, os deputados comprometidos com os direitos previdenciários da população conseguiram alterar alguns dos aspectos mais perversos do texto. “Não derrotamos a PEC, mas fizemos a redução dos danos. Mesmo assim, essa ainda é uma reforma muito ruim, daí a necessidade de modifica-la ou derrota-la no Sendo”, avalia Jandira Feghali.
FONTE: PT NO SENADO , com informações do site do Senador Paulo Paim (http://www.senadorpaim.com.br/noticias/noticia/8429 )
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Para entender melhor como foi urdida a reforma da Previdência na casa da mãe Joana, recomendamos o livro
"Reforma da Imprevidência: O Mantra da Persuasão", que poderá ser baixado;visualizado nos links abaixo:
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